sábado, 7 de março de 2009

CONEB - Salvador

O 12° Conselho Nacional de Entidades de Base da UNE aconteceu de 17 a 19 de janeiro em Salvador. As chapas Marília, Bruna e Carina foram representando o DAWH. O objetivo do CONEB foi a discussão e aprovação do Projeto de Reforma Universitária que vai ser apresentado pela UNE. Foram aprovadas pelos delegados oito moções: contra o Cadastro de Informações da Educação Brasileira (Cineb), o SPC da Educação, apoio a criação da Lei que implementa o ensino de Filosofia e Sociologia nas escolas, apoio ao povo Palestino, em defesa do Petróleo e da soberania nacional, apoio a ocupação operária das fábricas no Brasil, pela legalização do aborto, apoio ao movimento LGBTT e contra os cursos pagos da Universidade Federal Fluminense. O encontro aprovou ainda resoluções sobre conjuntura nacional, movimento estudantil e meia entrada.

Raízes (da discriminação) do Brasil



Milhares de jovens de todos os cantos do Brasil prepararam as falas e as tralhas para passar o verão discutindo política e cultura no 12o. CONEB e na VI Bienal de Cultura da UNE, em Salvador. Muito bem providos de teses revolucionárias e discursos politizados, a impressão que fica é que tudo fica só no discurso. Basta olhar a situação do alojamento.

Como se a própria situação do alojamento já não fosse um caos, com quatro mil pessoas juntas e separadas (por forças políticas) tomando banho gelado em banheiros entupidos de gente e de água até as canelas, usando banheiros químicos e dormindo no chão de um galpão sem lei (do silêncio e da boa vizinhança). Como se já não bastasse a sensação de entrar em um banheiro químico sem enxergar nada e sair com a impressão de ter acertado algo além do algo que você nem mesmo viu, os banhos-de-gato coletivos, as noites mal-dormidas e a sensação de estar sempre suja e suada em Salvador. Isso a gente releva, a gente esquece... Sobretudo porque tem festa 24 horas por dia, rodinhas de violão, plenárias na sessão-coruja e troca-troca de experiências e intimidades. Sobretudo porque a gente é brasileir@ e sempre dá um jeitinho de tudo terminar em Carnaval. Sobretudo - ainda - em Salvador. É uma festa, afinal. Gente de todos os cantos do país, por si só, já é uma coisa legal. Mas vamos chegar aonde temos que chegar, porque nada disso importa. Os discursos é que se esvaziam quando circulamos pelas fileiras de barracas da Escola Parque.

Temos que ouvir socialistas/comunistas na puberdade nos chamando por codinomes nada igualitários e nos mandando tomar sol porque não correspondemos ao estereótipo da mulher da cor do verão. Isso quando não nos puxam pelo braço, sustentados pela tese de que só querem nos conhecer. Num ambiente de piadinhas homofóbicas e corredores poloneses de marmanjos espreitando as minas passarem, o preconceito e a opressão são reproduzidos a torto e a direito pela esquerda-artística mais promissora do país.

Não pode haver transformação sob reprodução. Não pode haver representação onde não há respeito.

Bruna Provazi
Texto escrito pro zine Processo Inverso, produzido na oficina de fanzines da 6a. Bienal de Cultura da UNE.
Fonte: http://www.mariamariamulheresemmovimento.blogspot.com

4 comentários:

Ana Maria disse...

... sei muito bem pelo que estão passando...

bem, o assunto é outro:

Olá, companheiros!

Sou formada em jornalismo pela FACOM (1999) e desejo contar com o apoio e divulgação de vocês. Faço parte de um movimento de mídia livre - Valença em Questão - e desde o final de 2008, enfrentamos um segundo processo judicial por parte de políticos que não tem por prioridade debater intelectual e politicamente com os setores populares e grupos com independência político-ideológica. Abaixo, um email pedindo apoio e solidariedade, o link do blog através do qual veiculamos nossos artigos e informações em geral e, mais, o texto que gerou o processo por parte do vereador Felipe Farias (PT).

Agradeço desde já o interesse e disponibilidade de vocês.
Saudações, Ana Maria Reis de Faria.

Companheir@s
O Valença em Questão é um movimento de mídia livre e independente que faz contra informação à mídia burguesa, através do jornal impresso mensalmente e do blogue (www.blogdovq.blogspot.com).
Temos por opção ideológica estar ao lado da classe trabalhadora e oprimida na luta de classes além de cumprirmos o papel de aliados estratégicos, radical e incondicionalmente, dos movimentos sociais na luta anticapitalista.
Por não pedirmos permissão para lutar pela liberdade e pelo socialismo estamos sofrendo, assim como os movimentos sociais, um duro processo de criminalização. Em dois meses foram dois processos: o primeiro deles pela candidatura que elegeu para prefeito de Valença, Vicente Guedes e, o segundo, pelo vereador do PT Felipe Farias. O primeiro impetrado pessoalmente contra o editor do Jornal, Vitor e o segundo, contra mim e minha companheira, Ana. Processos que objetivam inviabilizar, desmobilizar e criminalizar o movimento para calar a incômoda voz nos ouvidos da hegemonia.
Pedimos então, companheir@s, que enviem o apoio e a solidariedade por vocês e pelos movimentos que representam. Em forma de texto, mensagem, sinal de fumaça ou qualquer outro meio para que possamos na nossa próxima edição publicar o apoio e a solidariedade dos companheiros e organizações.
Repassem para suas listas e divulguem.
Abraço e saudações revolucionárias!



http://blogdovq.blogspot.com/

http://blogdovq.blogspot.com/2009/02/o-concidade-e-mascara-governista.html

Ana Maria disse...

Para contato e mais informações:

anareis_faria@hotmail.com

danilovserafim@hotmail.com

Mais uma vez, saudações!!

Anônimo disse...

Caros amigos, peço sua atenção para esclarecer algumas coisas, moro em Valença sou professor na Faculdade de Direito de Valença, conheço essas pessoas que pediram o seu apoio, e o que tenho a falar é o seguinte. Esse rapaz Danilo é um oportunista que como seu pai, ao invés de fazer um trabalho sério, usam um blog para ofender as pessoas e se auto promover, essa moça que se denomina Oxum, é sua namorada e compartilha da mesma filosofia de seu namorado.
Conhece também esse vereador citado por eles, e podem ter certeza esse processo deve ser merecido. As pessoas tem o Direito de dizer o que pensam, todavia devem se responsabilizar por isso. Infelismente não posso me identificar, pois posso perder meu emprego, pois esse rapaz é estudante da Faculdade onde dou aula. Muito obrigado pela atenção.

Vitor Castro disse...

Caro anônimo, minha sugestãó é que amplie suas impressões. dizer que alguém é isso ou aquilo é muito simples, ainda mais no anonimato.

Falando nisso, se precisa se manter anônimo para não ser demitido porque um alunos "oportunista" e que gosta de "ofender as pessoas e se auto promover", o que faz ainda dando aulas? por competência é que não é.

abs.